Havia na floresta um grão de areia à procura do mar. Mas não encontrava dunas, nem gaivotas, nem um barulho de ondas que batesse no vento, sem saber. Ao invés, o grão de areia encontrava-se com o silêncio, envolvido de vez em quando por uns choros de pássaro que pediam mais comida nos seus ninhos.
A noite começou a surgir. E o grão de areia teve medo do nevoeiro que teimou em ficar. A terra começou a ficar húmida e o grão continuou a sua busca sem parar, sem olhar para trás, sem pensar no silêncio. Só pedia a duna, o mar, a gaivota que o pisava, os restos de conchas que se juntavam a ele, as pedras que metiam conversa quando a solidão queria ficar. E o pânico apoderou-se dum sentimento de busca; o grão de areia petrificou e não conseguiu prosseguir. Estava cansado.
O frio instalou-se e o grão de areia apercebeu-se que a praia já não existia, que o mar já não o recolheria e que quando adormeceu naquele temporal tinha-se despedido de tudo o que conhecera.
E começou a chover... E o grão de areia não teve forças para combater a força da água e deixou-se ir...
... até hoje.
1 comentário:
será que o grão de areia está com a Maddie?
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